Cada qual com seus danos e outras histórias traz vinte e sete contos curtos, afiados, capazes de dar conta da vida das gentes, brincar com outros gêneros literários e versar sobre o passado e sobre o presente. Com influência sensível de Tchekhov, Rodycz busca a síntese, o enxuto, como uma maneira de encontrar o cerne das personagens e das relações entre elas. Atento aos pormenores, aos sons daquele mundo e às personalidades que nele habitam, não raras vezes sentimos o espanto de ser transportados para dentro da história e experimentar o que experimentam as personagens. Como o autor não parece interessado em cobrir o mundo com a linguagem, as histórias são duras e eventualmente terminam de forma abrupta, assim que a matéria colhida se define. Algo parecido se desdobra para o miúdo do estilo, com frases curtas e densas. Um grande contista – e para as leitoras e leitores, encontrar um grande contista é como encontrar um universo – e mesmo assim com margem ainda para apurar. Acompanhem!
Wilson Carlos Rodycz é magistrado aposentado do TJRS, foi Cônsul Honorário da Polônia em Porto Alegre e diretor da R&O Editora Ltda.; é pesquisador da imigração, tendo publicado, entre outros livros e artigos sobre o tema, o livro “Os imigrantes poloneses da Colônia Lucena/Itaiópolis: se um marreco pisar no gelo ele quebra” (P. Alegre: R&O Editora, 2011, 222 p.). Nos últimos anos, tem publicado textos ficcionais em revistas e coletâneas. Este é o seu primeiro livro solo. Reside em Gramado-RS.
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