Yossef, o judeu errado, de José Carlos Laitano, vale como narrativa, como ficção com personagens, situações, conflitos, paisagem.
O narrador mantém uma perspectiva realista e racionalista sobre um problema histórico de fundo religioso e mítico; há uma reinvenção, reinterpretação de um assunto milenar, marcando inclusive os contrastes sociais, econômicos e políticos de um período importante da história, a ponto de fazer inevitável comparação com o que ocorre hoje. Curioso é que li A Obra em Negro, de Marguerite Yourcenar, um trabalho admirável sobre o terreno movediço da Idade Média em trânsito para a Renascença. Por que me lembrei de Yourcenar? As épocas são outras, mas ambos os trabalhos buscam recuperar, reavaliar e reinventar o passado e trazê-lo para perto da gente.
Há ideias preciosas sobre guerra, hostilidade, justiça, machismo, sonho, amor – questões universais, milenares e modernas. E o livro cresce nas últimas cenas e fecha muito bem. (Carlos Jorge Appel)
Ficha técnica
Autor: José Carlos Rolhano Laitano
Ano: 2016
Nº de páginas: 146
Gênero: Narrativa longa