Pé na bunda. Quem não?

Lorena Fontoura

Ora Quem de nós já experimentou o famoso “pé na bunda?”, ou melhor, levou um fora daqueles? Lamento dizer, mas você que acaba de ler e pensar: “eu não!” peço que aguarde, é só uma questão de tempo.
Existem vários tipos de fora, de rompimento e, não importa quem dá ou quem leva o pontapé inicial, a dor é quase a mesma.
Normalmente quem leva o fora costuma acreditar que sofre mais, com certeza sofre, mas quem decide romper está sofrendo com este dilema, terminar ou não, é a coisa certa ou não?
OK! Vamos focar em quem leva o pé na bunda. As situações que envolvem esta atitude drástica pode ser uma traição, um desgaste, um não gostar mais, sim! Ninguém ama eternamente como nos contos infantis!
Amamos enquanto existe respeito, admiração, partilha, interesse pelo outro, sonhos compartilhados e fundamentalmente diálogo. Onde um destes falece, a reação em cadeia vai exterminando lentamente os demais.
O que fazer nesta hora? Diga você que está lendo.
Eu como alguém que está dentro desta estatística, sofri, pensei que fosse morrer, que o mundo iria acabar naquele momento. Depois sente-me traída, em seguida, profundamente magoada, injustiçada pela vida, pelo mundo e até por Deus!
Queria saber o “porquê?” Como se isso fosse aliviar o sofrimento ou me dar um “gancho” para argumentar, reverter o caos.
Mas para felicidade de todos, o sofrimento vai diminuindo, cedendo lugar para esperança de um novo dia e um melhor amanhã. Foi o que aconteceu e confesso, não desacreditei um só minuto no amor, tão pouco nas pessoas.
Cada um tem o direito de amar quem quiser e deve sentir-se bem ao lado de quem escolheu.
A intensidade do chute, o grau de envolvimento, as atitudes de cada um de nós, não são assim tão diferentes! Devemos chorar sim. Chore muito, lamente, grite se sentir vontade! Coma muito chocolate, (depois você emagrecerá, eu garanto!).
Curta seu luto, afinal é uma perda, sabendo que tudo passa, inclusive esta dor que corta o peito feito uma navalha afiada, e, com o passar do tempo você perceberá seus dias mais coloridos, sorriso mais solto, o sol mais quente e vibrante.
Chegará o momento que você cantará, dançará novamente a música preferida! Neste instante, saiba que sua fatura está zerada, que chegou o momento de amar a si mesmo, dar valor e amor para você, cuidar-se, literalmente virar a página e escrever uma nova história no livro da vida. Quero dizer com isso, alçar voo solo, amando, curtindo suas asas e liberdade.
Já aquele que amargou por meses ou anos o conflito interno da escolha, deve carregar consigo o peso ou a leveza da decisão, sabendo que alguém sempre deve dar o primeiro passo!
O fardo é aparentemente pesado no primeiro momento, mas este gesto é libertador para os dois e, um ato de amor da pessoa que escolheu compartilhar com você sua vida, mesmo que seja o último ato nesta relação, deixando marcas alegres e feridas que certamente cicatrizaram, é como se diz por aí: “Vida que segue!”
Então que siga com respeito e dignidade de ambos.

 

voltar para página do autor